domingo, 24 de setembro de 2017

Projeto dá título de cidadão cearense a Silas Malafaia

Malafaia
Conhecido por seus posicionamentos polêmicos, além de alinhamento com diversos políticos e desavenças com a comunidade LGBT, o pastor Silas Malafaia poderá se tornar cidadão cearense. A deputada Silvana Oliveira (PMDB) apresentou um projeto de Lei concedendo o título de cidadania cearense ao conhecido pastor. A informação é do Diário do Nordeste.

Em sua justificativa, a peemedebista, que é aliada do governador Camilo Santana na Assembleia, afirmou que Malafaia tem como principal objetivo “defender a fé cristã e os princípios e valores éticos, morais e espirituais da Igreja de Jesus Cristo”. Ela ainda cita como feitos do pastor o programa apresentado por ele “Vitória em Cristo”, há 35 anos na televisão brasileira, sendo transmitido também para outros países.

“Por sua efetiva contribuição à sociedade, o pastor Sila tem recebido homenagens, como o título de Cidadão Benemérito do Estado do Rio de Janeiro, concedido pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a medalha de Pacificador, concedida pelo Exército Brasileiro, e a Medalha do Mérito Legislativo, maior horaria concedida pela Câmara dos Deputados”, diz Oliveira na matéria.

No ano passado, o pastor Silas Malafaia foi alvo de um mandado de condução coercitiva cumprido pela Polícia Federal no âmbito da “Operação Timóteo”, que investigava esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral.

Outro pastor

No entanto, também é dela a proposta aprovada na sessão da última quinta-feira concedendo título de cidadão cearense ao bispo Manoel Ferreira, membro da Assembleia de Deus, que é ex-deputado federal já foi denunciado por irregularidades na condução da Faculdade Evangélica de Brasília.

Ele é pai do bispo Samuel Ferreira, investigado na Operação Lava-Jato por lavagem de dinheiro para o ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba.

A parlamentar já quis proibir em todo o Estado manifestações públicas, sociais e culturais que satirizasse ou ridicularizasse dogmas e crenças de toda e qualquer religião.

O projeto queria proibir “encenações pejorativas, teatrais ou não, que mencionem ou façam menção ao atributo ou objeto ligado a qualquer religião. A Procuradoria da Casa, bem como a relatora da matéria, a deputada Rachel Marques (PT), foram contrárias à proposta, uma vez que, na avaliação do parecer, tratava de censura a manifestações públicas.

É de Silvana Oliveira o projeto que institui o Dia do Pastor Evangélico. A peemedebista tentou criar no âmbito estadual a chamada “Escola sem Partido”, mas mais uma vez teve seu intento negado pela Procuradoria e relator da matéria na comissão. No entanto, aprovou o título de cidadão cearense ao bispo fundador da igreja Sara Nossa Terra, Robson Rodovalho.

Outro parlamentar que costuma tratar de temas religiosos em seus projetos de Lei é o deputado Walter Cavalcante (PP). Dos 26 projetos que Walter Cavalcante apresentou desde o início da atual Legislatura, pelo menos 11 instituem eventos religiosos no calendário oficial do Estado.

Dentre as propostas do parlamentar está o que institui o “Caminhada com Maria”, em Barbalha, no calendário oficial do Estado. Ele também instituiu no Calendário Oficial do Estado o “Queremos Deus”, a “Paixão de Cristo de Pacatuba”, “Paixão de Cristo de Pacajus”, “Festa dos Arcanjos em Fortaleza,” o “Kairós – a Festa da Salvação”, a “Caminhada Penitencial”, o “Evangelizar é Preciso”, a “Caminhada da Paz” e a “Marcha pela Vida Contra o Aborto”.

Todas essas manifestações culturais têm cunho religioso, a maioria no segmento católico. Walter também alterou artigo de Lei aprovada em 2011, instituindo o evento “Caminhada com Maria”, tratando da instituição de evento religioso no calendário oficial do Estado.